sábado, 1 de setembro de 2012

Dia 16 - Fonfría – Riego de Ambrós


Este dia também não começou com nenhuma facilidade... Chovia, estavam 8 graus e na estrada não se via para além de 50m pois estava um nevoeiro serrado... 






A descida congelou-me, as pernas estavam azuis e os músculos estavam pedra! Rezei para que viesse uma subida para aquecer... mas nada! 28 km a descer e o que nos valeu foi que à medida que descíamos a temperatura ía aumentando a uma boa velocidade! Coitadinhos dos que subiam ... Bom mas ontem foi a nossa vez, por isso, toca a subir rapaziada,  “ânimo guapa” como diriam os que se cruzaram comigo.
 Olhem bem para estas estradas:


Almoçámos em Villafranca del Bierzo onde já estavam 30 graus ao sol... Bonito Villafranca e a Igreja de Santiago.  Ao almoço (também podiam ter esperado pelo fim do almoço...) dois espanhóis meteram conversa comigo... todos ligeiros vieram mostrar-me uma folha onde tinham o percurso com as altitudes de 10 em 10 km... “vás a tener unas subidas...ui  cuidao chica”... e pimba, estragaram o meu almoço e fiquei vidrada nos papéis e a pensar se não seria melhor apanhar um táxi! Heheheheheh brincadeira!!
 O que eles falavam era isto:

A minha preocupação é chegar a Léon antes das 13:00 horas de sábado (depois de amanhã), hora a que fecham os correios, para levantar um livro que o meu querido pai fez o favor de me enviar!
E dado que ainda me faltavam uns bons 150km e uma subida “cuidao”... pus-me a andar para Ponferrada e ía tentar subir ainda um bom bocado até um albergue em Riegos de Ambrós.



Nota: ainda tenho óleo nas mãos do furo que tivemos... há 4 dias!!!

Outra nota importante: já não uso Halibut há 5 dias!!! O corpo humano habitua-se a tudo!
Mas voltando à subida... fez-se! É engraçado como conseguimos ultrapassar esforços grandes às vezes só focando mentalmente em pequenas coisas. Nas subidas, quando se começa, dá umas dores nos músculos tipo guinadas intensas mas que depois passam e entramos em piloto automático! Pensar em mover um pé de cada vez e sobretudo não olhar para cima! De vez em quando temos de dar ordem ao cérebro para que ele fale com os músculos e os relaxe... os tranquilize... e não é que funciona!!! Voltamos a ter forças para dar um pouco mais ao pedal.

A parte boa de fazer o caminho de Santiago ao contrário é que estamos sempre a cruzar-nos com peregrinos e sempre a ouvir “buen camino” “buenos dias” e a responder o mesmo!
O albergue em Riego de Ambrós tinha uma vista de cortar a respiração. Jantámos por ali no café e conhecemos um arquitecto italiano de Roma, o Marco, que mais parecia um ciclista profissional... tinha uma bike parecida com a minha e fazia 150 km por dia!... também era um músculo pegado! Também estavam duas checas mas muito caladinhas a comparar com os latinos !!






 

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